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Em um famoso programa de televisão americano, a apresentadora Ellen Degeneres visitou uma escola e apresentou a quatro alunos, dois de 8 anos e dois de 9 anos, alguns objetos antigos como um telefone sem fio, uma máquina de escrever e uma secretária eletrônica. A primeira pergunta que ela fez às crianças foi: “O que é isso?” Nenhuma das crianças conseguiu responder. Elas afirmaram nunca terem visto aqueles objetos antes. Após esta primeira interação, a apresentadora então explicou às crianças o que era cada objeto e qual era a sua utilidade. Imediatamente, as crianças disseram que deveriam ser objetos antigos pois conheciam outras formas de realizar aquelas atividades. Este episódio nos mostra como as mudanças tecnológicas podem influenciar a visão de mundo de nossas crianças. Acrescente-se a isto, todas as mudanças ocorridas em nossa sociedade desde que éramos crianças. Nossos alunos vivem e viverão muitas experiências diferentes das nossas. Então, como prepará-los para um futuro que não conhecemos?

A nossa BNCC (Base Nacional Comum Curricular), propõe que as aprendizagens essenciais devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, “que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento da educação.” O documento ainda define competências como “a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.” Como podemos perceber, a BNCC valoriza o ensino de competências como uma saída para a preparação de nossas crianças para este futuro desconhecido. As competências apresentadas são:

  1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
  2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
  3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
  4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
  5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
  6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
  7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
  8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
  9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
  10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

 

Muitos estudiosos apontam que para exercermos nossa cidadania no mundo atual e no futuro, precisamos entender nosso contexto histórico e cultural, saber nos comunicar, ter senso analítico e crítico dos conteúdos, ser participativos, ser abertos ao novo, entre outras coisas. Para isso, precisamos desenvolver as competências citadas acima, ou, de forma resumida, precisamos aprender a aprender e saber conviver com as diferenças.

Mas, como transformar essas idéias em rotinas de sala de aula? Ken Robinson, famoso pesquisador na área de educação e criatividade diz que,

“Precisamos deixar de ser um modelo de educação que é essencialmente industrial, de manufatura, baseado na linearidade, conformidade e controle das pessoas. Precisamos nos transformar em um modelo mais próximo aos princípios da agricultura. Temos que reconhecer que o desenvolvimento humano não é um processo mecânico, mas sim orgânico. Você não tem como prever o resultado do desenvolvimento humano. Tudo que podemos fazer é, assim como um fazendeiro, criar as condições necessárias para que ele aconteça.” Ken Robinson

Para isso, a FutureWe, comunidade fundada em Brisbane, Austrália, em 2016, composta por mais de 600 experts em mais de vinte países, faz uma análise desse cenário e propõe algumas alternativas para a educação de nossas crianças. Graham Brown Martin, fundador da Learning Without Frontiers (Aprendizado Sem Fronteiras), nos aponta que,

“(…) a FutureWe está realizando um trabalho de base vital que além de explicar as mudanças que estão por vir, ainda mapeia soluções que —sabendo que os empregos do futuro são aqueles que as máquinas não conseguirão fazer— maximizam o potencial humano.”

 

A metodologia proposta pela FutureWe está dividida em cinco estágios que são: explore (explore), conecte-se (relate), faça um design (design), entregue (deliver) e compartilhe (share). Cada uma dessas áreas resume e agrupa várias ideias, modelos e mindsets chave. Elas funcionam como etapas de atuação que quando seguidas podem garantir que o projeto, desde a criação de um currículo, um trabalho escrito, gerenciamento de um projeto (educacional ou de negócios); seja implementado com todos os elementos necessários para o sucesso em uma era totalmente digital.

  • Explore: Comece como se fosse uma brincadeira para provocar a investigação e curiosidade, ajudando a evitar um julgamento inicial, criando uma abordagem positiva e de resiliência para solução de problemas.
  • Conecte-se: Utilize a empatia para investigar e entender as necessidades e problemas da sua comunidade, enquanto valoriza a colaboração, feedback e trabalho em grupo.
  • Faça um design: Desenvolva habilidades de planejamento e reflexão para o desenvolvimento de uma solução criativa para sua comunidade.
  • Entregue: Entregue a solução tendo em vista fatores como sustentabilidade, gerenciamento efetivo, assim como métodos empreendedores.
  • Compartilhe: Aprenda a comunicar, explicar e compartilhar sua solução para que possa ser replicada e atinja aqueles que dela necessitam.

 

 

A partir das propostas da BNCC e da abordagem FutureWE, nós da EXP desenvolvemos uma metodologia para o empoderamento de nossos alunos do Ensino Fundamental 1 para que eles possam transformar o mundo por meio de suas atitudes e sua capacidade criativa, o TransFor.Me Kids. A compreensão dos processos e princípios por trás do design deste programa irá preparar qualquer educador para fazer a transição em direção a um processo de ensino e aprendizagem focado em habilidades.

A série é composta de 5 níveis, cada um com 32 sessões desenvolvidas para alunos do 1º ao 5º ano. Os livros estão divididos em 4 projetos a serem explorados em 8 aulas de 45 minutos. Os projetos apresentam contextos significativos para que os alunos possam desenvolver seus conhecimentos e habilidades em diferentes áreas de conhecimento. Eles foram desenhados e estruturados para que os alunos tenham a oportunidade de aprender e trabalharcolaborativamente e assim, aprendam a achar soluções para os problemas que afetam o seu cotidiano.

Esta é a contribuição que nós, da EXP Inteligência Educacional, estamos fazendo para formação de nossas crianças. Sabemos que ainda temos uma longa caminhada em direção à uma educação 4.0 onde a única certeza será a da mudança. Precisamos trabalhar muito na criação de materiais e cursos de formação que possam traduzir o que nossos alunos precisam. O que não podemos fazer é ficar parados, caso contrário, o futuro, além de desconhecido, pode ficar distante demais.

 

 

Flávio Barreto Soares

Coordenador Acadêmico TransFor.Me

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