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Você sabia que o ambiente educacional pode influenciar o desenvolvimento de uma mentalidade empreendedora em adolescentes? Além de fatores ambientais e socioeconômicos, a criatividade para empreender pode depender da educação.

Segundo o GES (Global Entrepreneurship Monitor) o número de empreendedores tem crescido significativamente no Brasil. Em 2011, apenas 14,9% da população adulta (18 a 69 anos) estava envolvida com a abertura de um novo negócio (menos de 3,5 anos de atividade). Em 2020 esse número chegou a 23,4%. No entanto, a falta de uma formação empreendedora e o desestímulo à criatividade dos adolescentes ainda interferem de maneira negativa nesse processo.

Uma pesquisa publicada no livro Breaking Point and Beyond (1992), de George Land e Beth Jarman, comprova que todos nós nascemos criativos, mas, com o passar dos anos, e à medida que ficamos mais velhos, nossa criatividade vai sendo consistentemente tolhida. Nosso processo educacional pune o erro com notas baixas, nossos amigos costumam rir quando temos ideias que aparentam ser absurdas e nossos pais tendem a criticar comportamentos menos convencionais. Ainda na nossa infância começamos a nos importar com o julgamento das pessoas, paramos então de experimentar coisas novas e, finalmente, passamos a nos achar pouco ou nada criativos.

A boa notícia é que esse processo pode ser interrompido ou até mesmo revertido. E quanto mais cedo começarmos a trabalhar o potencial criativo de nossos jovens e adolescentes, maior será a capacidade empreendedora de nossa população.

Um exemplo simples: Steve Jobs jamais teria desenvolvido a Apple se não tivesse tido a ideia disruptiva de desenvolver um computador pessoal, enquanto os outros computadores existentes até então eram grandes demais para termos em nossa residência e complexos demais para usuários leigos.

Por sorte, ninguém disse ao Steve Jobs que a ideia de produzir um computador pessoal era algo impossível. Ou se disse, ele não deu ouvidos!

Estimulando a criatividade para gerar empreendedores

A adolescência é marcada pela transição entre a infância e a vida adulta e por isso é um dos momentos mais decisivos na definição da individualidade de uma pessoa. Portanto, é necessário, neste período, que exista uma liberdade de criação. É o momento onde se iniciam os processos de planejamento de vida, de identidade e de responsabilidades.

Assim, a capacidade de autonomia e organização deve ser estimulada dentro do ambiente escolar pelos docentes, permitindo que os adolescentes organizem os próprios horários e prioridades (o que não significa deixá-los fazerem o que bem entenderem), delegando responsabilidades a eles através de trabalhos em grupo e mostrando-os como aprender com os próprios erros. O processo resultará em maior liberdade, mas, ainda assim, em uma enorme capacidade de criar resoluções para problemas.

É importante questionar os adolescentes sobre quais problemas do dia-a-dia dentro da escola os afetam diretamente, e saber ouvi-los nesses relatos. Assim é possível estimulá-los a propor projetos para resolver esses problemas, em que o conhecimento se torna simplesmente um meio para lidar com essas questões palpáveis. Nesse cenário, surgem as grandes ideias empreendedoras, e o estímulo a sempre pensar em como é possível melhorar o ambiente. Basicamente, esse ideal faz com que o discente passe a querer, por conta própria, gerar inovação.

Como trabalhar o potencial criativo do adolescente em sala de aula

No programa TransFor.Me trabalhamos com 8 princípios de criatividade. Aqui vamos focar em 3 deles:

1 – Experimentação antes da explicação: a teoria da Aprendizagem Experiencial de David A. Kolb defende que o conhecimento é criado pela transformação da experiência. Para tanto, o aluno deve fazer uma reflexão sobre alguma experiência recente e, em seguida, chegar à conclusão sobre outras formas de agir em relação à mesma situação. Todo esse processo, além de uma excelente prática didática-pedagógica, ativa também a criatividade do aluno. Exemplos de atividades experimentais são os estudos do meio ou os conhecidos role playing (interpretação de papéis).

2 – Não há respostas certas ou erradas: para estimular a criatividade de uma criança ou adolescente, precisamos inibir o medo de errar. O ideal para isso é criar momentos para debates onde todas as respostas e ideias são válidas. Parece simples, mas é incrível como os alunos se surpreendem quando dizemos a eles que não há resposta errada para uma determinada questão como “o que podemos fazer para resolver o problema do aquecimento global”. A partir da introdução dessa simples regra, as ideias fluirão generosamente e, com elas, o exercício da criatividade.

3 – Quantidade em detrimento de qualidade: sim, eu sei! Você sempre ouviu que devemos nos preocupar mais com a qualidade do nosso trabalho do que com a quantidade. Entretanto, para estimularmos a criatividade, devemos fazer exatamente o oposto. Essa é uma das 4 regras douradas da fase de ideação do famoso método do Design Thinking. Nada mata mais a criatividade do que tentarmos acertar de primeira a melhor ideia para a solução de um problema. Assim, o ideal é propor o problema e deixar que as ideias fluam. Nessa fase, não há ideia ruim. Evidentemente que posteriormente as melhores ideias serão agrupadas, selecionadas e aprimoradas, mas aqui, o que vale é a jornada e não o destino.

Para saber mais sobre o programa TRansFor.Me e sobre como estimular a criatividade e a mentalidade empreendedora dos seus alunos, acesse http://www.transfor-me.com/

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