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Em um mundo marcado por múltiplas crises, a busca por soluções e melhorias é um desafio constante. Nesse cenário, a educação é vista como um dos principais caminhos para uma sociedade mais justa e menos desigual.

Setores como a economia, a saúde e o desenvolvimento social estão diretamente ligados à taxa de escolaridade. Os países que mais se destacam por seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), também são aqueles que mais investem em educação, com as maiores taxas de porcentagem de seu PIB (Produto Interno Bruto) dedicadas ao setor.

Em entrevista para a organização “Todos Pela Educação”, a economista Ana Carla Abrão, sócia da consultoria americana Oliver Wyman e ex-secretária da Fazenda de Goiás, destaca: “Uma maior taxa de escolaridade faz com que, direta ou indiretamente, a economia funcione com mais eficiência. Trabalhadores qualificados produzem mais e melhor. Além disso, um país mais educado gasta menos com saúde pública e tem níveis de segurança mais elevados, já que apresenta criminalidade mais baixa.”

 

A relevância de ser uma instituição que gera impacto social

De fato, a educação é transformadora. Além de promover o desenvolvimento de capacidades cognitivas, sociais e emocionais, o conhecimento é capaz de incentivar descobertas e encontros. Instituições de ensino envolvidas com as famílias dos alunos, que buscam dialogar com a comunidade e com as questões do mundo atravessam as barreiras da sala de aula e são capazes de promover impactos sociais significativos.

Atitudes como essas geram reconhecimento para a escola e criam uma visão positiva, ao mesmo tempo em que fortalecem o serviço escolar. A busca pelo constante diálogo entre a educação e o mundo constrói alunos mais engajados e dedicados. Dessa forma, trabalhar na construção de uma relação positiva com a comunidade do entorno é muito importante para o desenvolvimento da escola e dos próprios alunos.

 

Como uma instituição pode gerar impacto social?

Localizada a 90km da cidade de Campo Formoso, no interior da Bahia, a comunidade de São Tomé sofria com a constante falta de água potável para o consumo devido à alta quantidade de sais minerais. Essa carência não só atingia a comunidade, como também prejudicava a educação na escola da região. Com isso em mente, a professora de biologia e química da escola Estadual Quilombola de São Tomé, Keiliane Oliveira, desenvolveu junto com os seus 48 alunos do segundo ano do Ensino Médio o dessalinizador solar de baixo custo: uma alternativa sustentável para a comunidade.

Como auxílio a essas iniciativas, o edital de financiamento do projeto “Minha escola é da Comunidade”, elaborado pela Secretaria da Educação do Estado do Ceará, já beneficiou mais de 200 unidades escolares. Uma delas foi a Escola de Ensino Fundamental e Médio Professora Diva Cabral, em Fortaleza, que após o horário escolar abre a estrutura da escola para oferecer aulas de capoeira, dança, futebol, cursos preparatórios para o vestibular e muito mais para toda a comunidade local. “O colégio é uma extensão de casa. Então, quando as famílias que moram em torno acreditam na escola, veem como um apoio, um alicerce para os filhos. Eles frequentam com maior incidência o ambiente escolar e acompanham melhor os filhos. Isso faz com que todos ganhem, tanto comunidade, quanto alunos, gestão e professores”, destaca a diretora da unidade, Franciliane Albuquerque. A instituição possui 830 alunos.

Aproximar a instituição de ensino da comunidade não deve ficar só no discurso, exige que ações práticas tornem-se rotina. Algumas das atividades propostas para a promoção de um maior envolvimento com a comunidade e para a geração de impactos sociais positivos são:

 

  • Eventos abertos à comunidade: Além de promoverem uma visão positiva da escola, incita a participação da família dos alunos e faz com que os alunos passem a ver na educação um sentido maior do que apenas conteúdos escolares. Apresentações teatrais ou artísticas, palestras, aulas e cursos, como por exemplo de reciclagem e compostagem são alguns exemplos.

 

  • Atividades sociais ou visitas a ONGs ou grupos da sociedade: Se envolver com as questões sociais locais estimula o engajamento e promove o trabalho em equipe. Desenvolver uma horta comunitária fará com que os alunos e a comunidade troquem conhecimentos e promovam uma alimentação saudável.

 

  • Oferecer bolsas de estudo: Gerar impacto social é também promover uma redução das desigualdades sociais. Proporcionar estudo de qualidade para aqueles que não têm acesso é entender a educação como potência para uma transformação positiva.

 

  • Incentivar pesquisa científica local: É importante entender as reais necessidades da comunidade para que a instituição de ensino seja capaz de gerar impactos sociais positivos. Com os alunos envolvidos nas pesquisas, a capacidade crítica e solução de problemas são estimulados, enquanto a comunidade e a escola se tornam cada vez mais parceiras.

 

Para que os laços entre a escola e a sociedade sejam cada vez mais próximos e se mantenham sempre atualizados, é imprescindível desenvolver atividades que incentivem a criatividade e a inovação. Buscamos sempre trazer dicas e conteúdos para auxiliar os gestores educacionais nessa jornada transformadora. O TransFor.Me incentiva o protagonismo dos alunos para que juntos possamos mudar o mundo.

Gabriela Nascimento

Referências:

https://todospelaeducacao.org.br/noticias/como-a-educacao-influencia-o-desenvolvimento-economico-do-brasil/

https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/metro/projetos-comunitarios-em-escolas-ajudam-populacao-mas-requerem-estruturacao-1.2110275

https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000190214_eng

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